Músico santa-ritense fala sobre trajetória musical e projetos para o futuro
Conta um pouquinho da sua trajetória. Como tudo começou?
Eu comecei a me interessar pelo estudo da música por volta dos 14 anos, quando escutei Eric Clapton pela primeira vez. Dali em diante, quis saber quem era aquele músico, meu irmão contou e fui comprar uns discos. Ali do lado do Salão Dom João Bergese tinha uma loja de discos, comprei uns três vinis e comecei a aprender a tocar guitarra. Minha primeira guitarra foi uma Giannini e meu primeiro professor foi o Jovane Ribeiro. Tive aulas com ele por uns três meses até buscar uma vaga no Conservatório de Pouso Alegre, onde comecei um estudo formal de guitarra. Em paralelo, tive alguns professores particulares e então não teve mais volta.
Daí você passou a tocar em bandas?
Por volta de 1995, comecei a tocar profissionalmente com uma banda chamada Naja e com a Ana Carolina Silvestre, em dupla. Também toquei com uma banda chamada Trem Doido, bem no comecinho da carreira. O passo seguinte foi integrar uma banda chamada General Java, que me abriu uma série de portas e me ensinou muito. Quase ao mesmo tempo, comecei a dar aulas e, em 2001, gravei um disco com a General Java. Dali em diante, toquei muitos anos com a banda, em Minas e no interior de São Paulo. Também fazia freelancer com bandas da região e destaco um longo trabalho com a dupla Daniel & Alessandro.
E quando você começou a fazer trabalhos solo?
Comecei a me apresentar sozinho por volta de 2010 num conceito acústico. Foi quando passei a cantar, coisa que não fazia antes. Fiz muitos shows no formato “violão e voz” em bares, restaurantes e eventos, além de apresentar o trabalho solo com banda em pubs e casas de shows. Cinco anos depois, gravei um disco solo, chamado “De um encanto simples” com músicas autorais de forma independente. Este trabalho pode ser encontrado em todas as plataformas digitais como Spotify e Youtube. Nessa época, fiz muitos shows até me mudar para Bonito, onde permaneci por um ano e meio.
E como surgiu a oportunidade de se mudar para Bonito?
Eu tinha ideia de sair de Santa Rita por algum tempo e Bonito surgiu por acaso. Havia conseguido um lugar para ficar e pude atuar como músico de rua, divulgando o meu trabalho autoral. A intenção era ficar apenas dois meses, mas as coisas começaram a acontecer, ganhei muito espaço e só voltei para buscar meu cachorro e o resto das minhas roupas para ficar lá por mais algum tempo. Foi uma ótima oportunidade de entrar em contato com a natureza e fazer novos amigos. Experiência incrível.
E como foi sua experiência por lá?
Lá eu comecei como músico de rua e, sem seguida, começaram a surgir muitos convites para tocar em bares e restaurantes. Os parques e atrações também começaram a oferecer shows e, em alta temporada, me vi fazendo 6 shows por semana.
O que o fez voltar para Santa Rita?
Eu voltei por causa de um problema de saúde. Estava em um local e em um Estado que, infelizmente, não oferecia suporte e percebi que seria necessário voltar para Santa Rita. Por aqui, além de todo aparato familiar, teria acesso ao tratamento de que necessitava. Acabei voltando…
Como foi a sua volta?
Este foi um período nebuloso na minha vida. Tive que passar por uma cirurgia de coluna e fiquei mais de um ano parado Depois dessa fase, voltei a fazer muitos shows e passei a fazer muitos trabalhos novamente. Eu pude “tacar o terror” quando voltei à ativa.
Antes da quarentena você estava dando aulas de guitarra ou só estava fazendo shows?
Eu estava só fazendo shows.Tocando muito aqui no sul de Minas e no interior de São Paulo. Muitos trabalhos estavam começando até chegar a pandemia e, alguns deles, começaram a surgir na própria quarentena.
E o que tem feito nesta quarentena?
Este período impactou profundamente a nossa área, mas acelerou muitos projetos que eu já estava pensando. Neste período, idealizei um festival chamado Dendicasa onde tive a oportunidade de convidar vários músicos da região para fazer um evento online para que o pessoal tivesse um estímulo emocional e a possibilidade de fazer parte de algo bacana. Por outro lado, foi nossa oportunidade de oferecer algo a quem estava em casa. Foi um bom momento de apresentar o valor artístico destas pessoas.
Quais sãos os seus planos para o futuro?
Esta é uma pergunta bem difícil de se responder neste momento. Eu gostaria de estudar mais sobre a música de Minas e fazer uma viagem pelo estado, sendo viajante e músico de rua, ao mesmo tempo em que conheço o estado e construo um trabalho em torno disso.
Gostaria de comprar uma Kombi Home e fazer essa imersão por alguns meses, trabalhando, experimentando a vida, conhecendo Minas Gerais e também fazendo música.