O primeiro time
A tradição futebolística de Santa Rita teve início no ano de 1922. O primeiro time, formado por Horácio Capistrano, Luiz Pinto, Rodolfo Adami, João Marcelino, Rafael Botelho, Zé da Silva e outros nomes foi resultado de um desafio promovido pela rival Pouso Alegre. Na primeira cancha, não deu para saber se eles eram bons de bola, mas provaram ser ótimos de pancada. O jogo foi interrompido, pouco depois do início, com vitória dos santa-ritenses por nocaute técnico.
Os primeiros craques
Na década de 30, surge o temido Jaguar Sul Mineiro com o afamado goleiro Tobias. O médio Feitor, outra atração do clube, tirava as chuteiras para jogar e chegou a passear em torno do “El Tigre”, Arthur Friedenreich, primeira estrela do futebol brasileiro, durante uma de suas exibições na cidade.
Os campos do aterro
Até o final da década de 20, o centro da cidade não contava com as ruas Francisco Moreira da Costa, Barão do Rio Branco, Joaquim Neto, João Eusébio e Comendador Custódio Ribeiro. No local, havia apenas um pântano cortado por uma vala que escoava as águas vindas da rua nova. A partir de 1927, com o aterro realizado pelas obras do esguicho, a cidade ganhou um terreno plano e diversos campinhos começaram a preencher os espaços até a construção das primeiras casas. De um lado do córrego ficava o tradicional 13 de maio. Do outro, no terreno do senhor Carmelo, havia o campinho do Santa-ritense. Na quadra seguinte, eram rea-lizados os treinamentos do Estrela. Nos finais de semana, os times se reuniam no espaço que viria a se tornar o Estádio Erasmo Cabral.
Os zagueiros
No Santarritense Futebol Clube, fundado em 1928, uma das grandes atrações era o Surica, professor de Educação Física do IMEE. Vindo do Rio de Janeiro, onde era jogador profissional, o zagueiro havia jogado na Seleção Brasileira e não perdeu a maestria, quando chegou à cidade, anos depois de abandonar os gramados. Outro zagueiro que deixava a torcida atônita era conhecido como Massud. O homem era tão forte que os adversários tinham medo de chegar perto e seus chutes iam de uma trave à outra.
A bola esfriou, mas voltou a girar…
Por volta de 1932, o futebol local esfriou e a Liga Santarritense foi dissolvida. Em alguns jornais da época, constatamos que a falta dos campeonatos causaram grande desapontamento na população e os jogadores eram lembrados como verdadeiros heróis.
Com o término da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a Liga Santarritense foi novamente organizada e diversos times montados. Da nova leva, os maiores destaques foram o italiano Paschoal, que marcava gols até de mão; o extraordinário goleiro Quininha e um profissional vindo de Volta Redonda, conhecido como Zé Pequeno. Reinaldo Adami, um dos grandes esportistas nascidos em Santa Rita, lembra que Zé Pequeno era tão rápido que, em um dos embates do Flamengo de Santa Rita, ao tomar um tranco de Gonçalo, começou a correr, ciscando o chão por 40 metros, mas sem a bola. Só na entrada da área foi que o adversário percebeu que a pelota havia ficado. A torcida adorou.
Os grandes arqueiros
Com tradição de produzir os melhores goleiros do estado de Minas, um dos grandes esportistas que surgiram na retomada do futebol em nossa cidade foi o motorista Zé Turco. O arqueiro era tão forte que, quando pulava na bola, os rivais saíam da frente. Outros goleiros também se destacaram em seus clubes como o famoso Delfim e o pequeno Sílvio, de um metro e sessenta de altura, que virava um gigante debaixo das traves.